COLUNA DO BIAL - PARTE V

* ESPAÇO TERCEIRIZADO E DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO COLUNISTA

VIO-LENCE - "ETERNAL NIGHTMARE"

PUTA KEEP ARE YOU!!! Realmente a Baía de São Francisco foi um “berçário” de grandes bandas thrash dos anos 80, a pena é que uma vingaram e outras não e ainda há hoje o retorno de algumas ou são vistas em reunions para grandes festivais. As que voltam talvez tentem reproduzir com a tecnologia atual aquele espírito que revolucionou e incendiou o metal mundial nos áureos tempos em que o movimento nasceu, pois cada grupo criou uma característica toda sua de fazer o thrash, uma identidade musical que não só influenciou muitas outras como é a grande carência dos músicos de hoje.

O VIO-LENCE que no início chamava-se DEATH PENALTY antes de gravar o seu primeiro full lenght é dessa safra espetacular, uma locomotiva de peso e criatividade onde as quebradas de tempo são o seu ponto forte junto com as fantásticas mudanças de andamento, possuíam uma coesão sonora invejável e chegou a ser vista como uma das grandes pérolas da região pela força que o seu debut proporcionou aos fãs do estilo, eu por exemplo lembro de ter ficado estupidificado de êxtase ao escutar o cassete que comprei na lendária loja MEGAFORCE na Galeria Independência. ETERNAL NIGHTMARE foi gravado no ano de 1988 foi produzido e mixado por JOHN CUNIBERTI e tem na arte da capa a sintetização do título onde vemos um homem de pijama caindo com cama e tudo( a idéia seria copiada pelo MEGADETH no ao vivo RUDE AWAKENING de 2002) dentro de uma imensa boca de dentes afiados cujo dentro dela há outra e assim por diante, afinal quem nunca sonhou estar caindo??? O desenho é uma super obra assinada pelo artista EDWARD REPKA, desenho que se tornou cult entre os thrashers sendo muito visto em patches e bottons.

A VIO-LENCE crew era formada por SEAN KILLIAN nos vocais, ROB FLYNN e PHIL DEMMEL nas 6 cordas, DEEN DEEL no baixo e PERRY STRICLAND nas baquetas. È interessante ressaltar que a banda tinha tanta afinidade musical que não dá para destacar um ou outro músico pois possuíam um feeling coletivo de fazer inveja a qualquer estreante no gênero. O vocal era na linha de bandas hard core com guitarras simetricamente afinadas e criativas ao extremo e uma cozinha (baixo e bateria) como um pilar de aço segurando aquela massa sonora.

O play abre com a faixa título ETERNAL NIGHTMARE que é rápida nervosa feito um tanque atropelando tudo pela frente e um refrão que fica pregado na cabeça queira ou não, SERIAL KILLER segue com letra abordando os maníacos, com uma introdução animal de muito peso e vem com um tiro de abertura, recheada de quebradinhas mortais nos refrões que destroem nossos pobres e e felizes pescoços em MARCH AND PAIN é de parar o coração de tanto banguear. PHOBOPHOBIA vem nos contando o medo de sentir medo, mas ela não tem medo de virar hino pois é uma faixa pra lá de sensacional é uma avalanche de som! CALLING THE CORONER segue ensandecida de peso e rapidez absurda com uma pegada super verdadeira de energia atômica de estreiante, T.D.S. (TAKE AS YOU WILL) vem na mesma fórmula 1 de genialidade nos vocais de KILLIAN chega a ser inacreditável de tão bom esse play! BODIES ON BODIES fala sobre guerras e também sobre mosh pits que são as rodas onde os thrashers sobem no palco e pulam sobre a multidão, esse é de linchar o palhaço! KILL AT COMMAND fecha a obra, veloz e precisa de refrão pegajoso também te dá vontade de por a primeira faixa e escutar todo o cd de novo que “fucking thrash” é esse VIO-LENCE! Fica o porquê de querer saber porque são só 7 faixas? Só 35 minutos? E o VIO-LENCE responderia no próximo álbum OPPRESSING THE MASSES bem mais técnico e apurado e não menos pesado, que se seguiria com o ep TORTURE TACTICS com 4 faixas sendo 2 inéditas uma cover e uma ao vivo, e encerraria suas atividades no cd NOTHING TO GAIN que já mistura velho e novas tendências e com ROB FLYNN saindo e fundando o MACHINE HEAD!

Hail Thrashers - Bial