COLUNA DO BIAL: PARTE VI

* ESPAÇO TERCEIRIZADO E DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO COLUNISTA

DEATH ANGEL – “THE ULTRA-VIOLENCE”

Se o Brasil é a terra do samba e a Argentina a do tango a Baía de São Francisco é sem dúvida sinônimo de thrash. Neste sexto capítulo vamos conhecer o nascimento de outra não menos influente banda desse prolífero cenário.

Conhecida na época como “a banda dos japinhas” o DEATH ANGEL gravou o seu debut no ano de 87, ano em que o metal atingiu o seu ponto máximo no cenário brasileiro. Na verdade os integrantes do DEATH ANGEL eram descendentes de imigrantes filipinos e como todos os cinco tinham olhinhos rasgados daí o título carinhoso dos fãs. Outra coisa que chamou muito a atenção foi o detalhe de que o mais velho(Rob Cavestany) tinha só 18 anos!!! Isso impressionou demais a crítica metálica da época.

O primeiro registro, THE ULTRA VIOLENCE nasceu com uma personalidade crua, raçuda e por que não bem técnica e acima de tudo muita, mas muita vontade de ser executado, são 45 min. de thrash rasgando os tímpanos divididos em 8 faixas, o grupo tinha um par de guitarristas com muita personalidade e muito bem alinhada e entrosada um baixo e uma batéra que segurava tudo com bastante coesão e um bom vocalista que tinha como característica própria dar gritinhos no fim dos refrões mas tinha ( e tem) uma voz potente e um timbre bem próprio.

O nome vem de um dos cavaleiros do apocalipse, e na minha opinião pessoal a banda possui o logotipo mais bonito entre todos que já vi e não foram poucos, a obra foi assinada por ASHLEY MITCHEL, já a capa resume ainda melhor a proposta sonora dos angels; são ruínas de um bombardeio da segunda guerra mundial (quer maior prova de violência que essa?) e essa capa contou com a arte montagem do artista SAM HAFFNER que teve o cuidado de por um crânio de boca aberta bem no canto esquerdo como se estivesse gritando!!! Excelente feeling.
Já em sua estréia o DEATH ANGEL contou com a participação na produção de ninguém menos que KIRK HAMMET do METALLICA junto com o produtor ROB FEIST e os integrantes ROB CAVESTANY e ANDY GALEON. Enquanto a maioria das bandas estrearam pelo selo MEGAFORCE RECORDS o DEATH ANGEL contou com o desconhecido selo RESTLESS para as suas primeiras notas.

O grupo tinha na época em seu “elenco” MARK OSEGUEDA nos vocais ROB CAVESTANY e GUS PEPA na guitars ANDY GALEON nas baquetas e DENYS PEPA irmão de GUS na 4 cordas.

O play virou Cult, item indispensável e obrigatório na estante de qualquer amante do estilo pois não são quaisquer novatos(e eram muito garotos) que conseguem a repercussão que os “japinhas” tiveram...

O disco abre com a sugestiva faixa THRASHER e há um detalhe interessante nela ela é cantada pelo baixista DENYS PEPA e não por OSEGUEDA (???) ela começa bem nervosinha e à todo vapor com um vocal grupo gritando: metal, metal, metal!!! E possui uma correria alucinante e GUS canta muito bem pois ela é bem variada nas suas alternâncias de velocidade. A próxima EVIL PRIEST então ouvimos o talentoso OSEGUEDA soltar a voz, ela estilo bordoada entra entre bumbos e pratos com guitarras cadenciadas e rápidas em solos rasantes e onde se pode ouvir bem o baixo correndo junto com todo o resto. VORACIOUS SOULS é outra que virou hino obrigatório em todos os shows é um show de vocais nos refrões que dizem... man without language, man without fear... essa é daquelas que nem com amnésia se esquece... que música!!! A quarta é outra pescoço deslocado KILL AS ONE é clássica que possui uma intro a lá ONSLAUGHT e vai ficando veloz até chegar perto do CROSSOVER e tem um daqueles refrões que ficam tatuados no cérebro do ouvinte. THE ULTRA-VIOLENCE faixa título do debut é uma instrumental de mais de 10 minutos onde podemos ouvir todo o virtuosismo das guitarras muito bem sustentadas pela baquetas e baixo, tem diversas variações como pede o estilo, é muito pesada onde sacramenta todas as propostas e metas que a banda traçou na sua estréia podendo ainda ser comparada tranquilamente com as magníficas: THE ORION e THE CALL OF KTULU do METALLICA ou THE FUSION OF CONFUSION do TESTAMENT ou com FLOTZILLA do FLOTSAM E JETSAM. É uma obra prima sem vocal tanto quanto as já citadas. MISTRESS OF PAIN segue o massacre é uma daquelas que faria qualquer mosh-pit ir à loucura de peso e velocidade variada com paradinhas mortais!!!

Já FINAL DEATH vem com uma pegada chute no balde e se destaca também pela precisão como é tocada, coesa, técnica e com os gritinhos de OSEGUEDA voando em seus refrões. I.P.F.S. essa sigla não tem tradução é outra instrumental só que bem menor só tem 5 minutinhos e é quase uma brincadeira pois ela lembra trilha de seriado policial da década de 50 e vai para o thrash e volta o tom citado no fim podemos ouvir as vozes dos integrantes dizendo um monte de bobagens e rindo de fundo, é uma sátira à alguém ou alguma coisa. Mas o que importa mesmo foi o resultado da estréia, o DEATH ANGEL ainda gravaria FROLIC THROUGHT THE PARK em ..... e ACT III em 1990 e depois findariam com 3 albuns super clássicos para o cenário thrash, porém quando ninguém mais esperava fizeram um “reunion” para tocar num WACKEN OPEN AIR em 2002 e resolveram voltar e lançaram em 2004 o muito bom THE ART OF DYING apenas sem o guitarrista original GUS PEPA em seu lugar foi chamado TED AGUILLAR, e em 2007 lançaram um super clássico chamado KILLING SEASON produzido por NICK RASCULINECZ, esse pra mim é o melhor em tudo de toda obra de DEATH ANGEL, ainda este ano chegou pelo selo LASER COMPANY – NUCLEAR BLAST um DVD chamado SONIC GERMAN BEATDOWN que são 2 shows na Alemanha: um no ROCKHARD FESTIVAL e o outro no LIVE INADELSHEIM FACTORY e são imperdíveis!!! Para curiosos e fãs(como eu) do bom e velho energético fucking thrash metal!!!

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