BM 1X3 MÔNACO - 26/MAIO - 2012

MANUTENÇÃO DO RUMO É PRECISO

Jorge Luiz Coelho – Porto Alegre, 25 de maio de 2012.

Mais do que o resultado da partida contra o Mônaco, é importante que avaliemos as consequências de nosso descontrole no jogo contra o Borrachos. Porque muito do que ocorreu naquele dia parece ter-nos perseguido dentro de campo contra o Mônaco. A começar por estarmos sem o Morin, e aqui não estou nem discutindo as razões de sua ausência, mas lamentando a mesma que obviamente foi sentida dentro das quatro linhas. E devido a nossa classificação antecipada, considerando que qualquer adversário daqui pra frente será pedreira, administrar os cartões também foi importante.

Foi um jogo relativamente morno. As duas equipes ainda se estudavam quando em um chute de fora da área o placar foi aberto, muito cedo, aos três minutos. Logicamente este gol traz tranquilidade para quem sai na frente e costuma perturbar quem sofre. Mas não foi o que se viu. O Bazar, a partir dos quinze minutos, empurrou o adversário para seu campo e pôs pressão no mesmo, de tal forma que conseguimos maior posse de bola e boas jogadas. O pênalti a nosso favor foi consequência desta pressão, muito bem cobrado pelo Ronaldo.

Esta primeira etapa terminou com um maior volume de jogo nosso. O Mônaco não conseguia articular jogadas de maior velocidade, e embolava um pouco pelo meio, o que facilitava nosso setor defensivo. Nossa saída de bola era boa, e como alternávamos jogadas pelas duas pontas, credito a posse de bola maior como justificativa para um ligeiro domínio. Objetivamente falando, tivemos um jogo de poucas chances e muita marcação, com igualdade.

O segundo tempo trouxe uma surpresa. O Mônaco trocou de atacante, e a troca mostrou-se acertada, pois, se no primeiro tempo sua equipe embolava pelo meio e carecia de velocidade, agora atacava em velocidade com jogadas pelos flancos. Nosso time sofreu no inicio, mas assimilou a dinâmica e também oferecia saídas rápidas para o ataque. Quem ganhou com isso foi quem assistia à partida, pois se no primeiro tempo havia sonolência, agora tínhamos um jogo interessante.

E então, em uma jogada infeliz do Roger, ele tentou chutar uma bola fora da área e acabou chutando contra sua goleira, efeito rosca, e a bola entrou lentamente no canto esquerdo do Ariel, 2 a 1. Este gol alterou completamente o panorama da partida, porque mais uma vez sentimos demais a virada. Começamos a errar demasiadamente passes, e em um erro de passe do Ronaldo, o atacante roubou a bola, entrou na área e o Roger acabou por cometer pênalti, dando números definitivos a partida, 3 a 1.

Foram feitas diversas alterações, pressionamos e até tivemos algumas chances de diminuir o placar, mas não fomos efetivos em nossas conclusões. O tempo foi escorrendo por nossas mãos, e o jogo terminou com um placar que não diz exatamente o que foi a partida em si, mas uma vitória justa do adversário. Jogamos com Ariel, Jordani, Roger, Ronaldo e Pequeno; Wilson, Alberto, Douglas e Bonds; Palermo e Bon Jovi. Banco: Traka, Bernard, Mateus (de estreia promissora), Felipe, Lookbee, Fernando e Gustavo. Presentes o Luan, Chico Bento, Breno, Vicente e Quinhos.

Não nos podemos deixar abater pelos dois últimos resultados. Temos o dever de entender as razoes de nossas derrotas, e corrigirmos nossas falhas. Mas sinceramente, não vejo razão para preocupação além daquelas que naturalmente permeiam qualquer time em véspera de jogo decisivo contra adversário forte. Nossas atuações foram boas, nosso time está entrosado, sabe como jogar e o que precisa para conseguir o resultado. Devemos manter o rumo, só isso.

Falhas acontecem, e tivemos algumas individuais sanáveis. Coletivamente falando, precisamos apenas conter mais nossos nervos, porque time sem nervos é time sem vitória. Se trabalharmos a bola, triangulando pelas laterais, com nossa marcação forte como temos feito neste campeonato até aqui, não vejo razão para pessimismo. O Bazar concentrado, unido e disposto é um time difícil de ser batido. Não estou vendo fantasmas ainda e acredito muito em nosso elenco. Com ou sem desfalques, como sempre tem sido. Somos fortes e é nisso que eu acredito. Era isso.