BM 1 X 1 ALIANÇA - CRÔNICA DO COELHO


Empate ruim...

Jorge Coelho – 02 de abril de 2011.

O jogo era estréia. Normalmente as estréias são partidas ruins, as duas equipes estão nervosas, algo desentrosadas. Partidas de estréia são sempre mais disputadas que jogadas. O Bazar entrou em campo com um time que vem mantendo sua estrutura básica nos amistosos que disputou. Com algumas alterações, é um time composto por jogadores que já se conhecem. Estivemos dois gols a frente do adversário, e nos últimos minutos conseguimos deixar de vencer a partida. O que aconteceu?

Saímos jogando com Diego, Filipe, Roger, Breno e Traka; Alberto, Gerson, Bonds, Douglas e Morin; Bon Jovi. Estavam presentes no banco Pequeno, Fernando, Edo, Márcio, Maurício, Igor, Lookbee e Ninja. Um elenco com várias opções para todas as funções, exceto, talvez, para o ataque. Começamos o jogo com maior volume, tocávamos a bola, e criávamos alguma dificuldade para a defesa adversária. Nos primeiros 15 minutos de jogo, houve certo estudo e equilíbrio, com o adversário atacando por duas vezes com perigo, fruto de um espaço que obtinha atrás da nossa cabeça de área, e em avançadas pela esquerda de nossa defesa com a zaga em linha. Mas também não foi nada que nos assustasse e após boa jogada (em que poderíamos ter finalizado sem a necessidade de tantos passes) o Bon Jovi marcou um bonito gol.

A partir daí o Bazar começou uma verdadeira aula de desperdício de chances claras para ampliar o placar: Douglas chutou duas bolas no meio do goleiro, depois entrou em velocidade, deslocou o goleiro e chutou rente a trave do Aliança. Contei neste período do jogo umas quatro defesas esquisitas, porém difíceis, do goleiro deles, que o Felipe definiu como defesas de manchete (referindo-se a técnica de recepção dos jogadores de vôlei). Em poucas linhas vou descrever o que acontecia para quem estava do lado de fora do campo:

• Douglas chuta deslocando o goleiro, mas a bola vai para fora raspando a trave. • Bonds tem boa chance, mas conclui muito fraco, atrasando a bola. • Contra ataque do Aliança novamente pelo lado esquerdo de nossa defesa, falta forte do Breno parando a jogada. • Gerson dá um passe a lá profissional, mas completamente sem objetividade e perdemos a jogada. • Fim do primeiro tempo.

Voltamos do intervalo com duas alterações: saíram Garça e Traka, para entrada de Igor e Pequeno, com o Breno passando a atuar na lateral direita. Nosso time voltou com a mesma indolência do primeiro tempo só que mais apático, como se fosse partida amistosa. Mas o Aliança não. Tentaram diminuir nosso espaço avançando a marcação e o Bazar começou a fazer a ligação direta para um Bon Jovi muito isolado. Com um número maior de jogadores no meio de campo em detrimento de um atacante, eu esperava que o Bazar pelo menos tivesse maior volume de jogo, valorizando a posse da bola. Porém não foi o que ocorreu no segundo período. Parecíamos cansados embora eles não chegassem nem sequer próximos do Diego (com exceção de um chute que obrigou o mesmo a uma defesa no canto direito para escanteio). Aos 13 minutos o Felipe tirou o Alberto cansado e promoveu a estréia do Edu, que fazia algum tempo não jogava devido a uma contusão.

Quando resolvemos procurar tocar a bola, bastaram dois minutos para criarmos duas chances interessantes de gol. Mas foi um momento isolado no jogo, pois continuávamos sem muita objetividade nesta etapa. O Felipe retirou o Gerson para entrada do Lookbee aos 22 minutos e cinco minutos depois, em excelente cobrança de falta o Bon Jovi ampliou o placar.

Nós então começamos a agir como se já tivéssemos vencido o jogo, pois recuamos e apenas nos limitávamos a deixar o tempo passar, sem a ambição de tentar fazer mais um gol. Aos 40 minutos saíram Bonds, Douglas e Bon Jovi para dar entrada a Maurício, Fernando e Márcio. Mesmo não levando perigo, não se pode permitir que o adversário tenha maior posse de bola, principalmente porque o futebol é um esporte surpreendente. E surpreendentemente nossa defesa falhou feio em uma bola cruzada que encontrou o atacante adversário livre para chutar – meio de bico – e diminuir o placar: 2 a 1. Logo depois, o Bazar teve novo lampejo e em boa jogada Maurício concluiu forte, mas próximo o suficiente do goleiro para que este conseguisse com dificuldade defender.

Pelo meu relógio, aos 48 minutos um jogador adversário conduziu a bola sem ser pressionado, de um lado para o outro e de repente desferiu um chute que ganhou um efeito improvável, e mesmo de longe, a bola morreu lentamente dentro de nosso gol: 2 a 2. Parafraseando o Felipe, quando advertia ao time no intervalo: saímos todos com cara de bunda.

Um empate ruim, pela forma como ocorreu, por ser o Aliança – em minha opinião – um time pouco competitivo e que deverá perder pontos para os concorrentes tradicionais, e por permitirmos que isto ocorresse após estarmos vencendo pela diferença de dois gols, sendo experientes e já muito calejados em campeonatos.

Mas não é motivo para desespero. Acho que estréia é assim mesmo. O que devemos tomar como aprendizado é que uma equipe experiente como a nossa NÃO PODE perder três pontos para time algum neste campeonato APÓS ABRIR DOIS GOLS DE VANTAGEM. Temos que fazer valer nosso passado. Vários jogadores eram novos, mas muitos também já disputaram várias edições deste campeonato. Precisamos resolver também dois problemas: com um atacante corremos o risco de deixarmos o time na ligação direta, quando não aproveitamos de forma inteligente o fato de termos cinco jogadores no meio. Ou seja, precisamos valorizar o passe, e temos que nos deslocar com maios freqüência para dar opções de passe quando estamos sem a bola.

Considero o Felipe um excelente treinador, pois faz uma leitura tranqüila do jogo e conhece bem o que se passa ali dentro do campo. Porém vou criticá-lo como técnico apenas por uma omissão: a de si próprio (como jogador), pois acho que em partidas como esta de hoje, o Felipe ainda pode contribuir muito dentro das quatro linhas.

Ele tem a capacidade de pensar o jogo e conduzi-lo de uma forma diferente de outros jogadores de nosso time. É uma questão de estilo. Não temos um jogador com suas características em campo. E como o adversário não era lá essas coisas na parte física, acho que temos de utilizar todas as nossas possibilidades. E o nosso antigo capitão ainda tem potencial para isto. Com a palavra a subcomissão e o grupo do Bazar.

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