CRÔNICA DO COELHO - BM 0 X 0 MÔNACO

BOM RESULTADO

O jogo foi difícil, como prevíamos. O adversário parece que veio desfalcado, não tínhamos maiores informações sobre sua escalação principal, mas em todo caso, a partida foi dura, principalmente no primeiro tempo.

O bom lateral direito do Mônaco teve espaço e liberdade para avançar sobre o lado esquerdo de nossa defesa e pará-lo foi uma tarefa além das possibilidades de nosso time na primeira etapa. Por ali o adversário criou boas jogadas, pressionou muito, e poderia ter conseguido seu gol. Diversas vezes o Peralta teve que sair na lateral e teve dificuldade para conter as jogadas por ali realizadas. Na segunda etapa este lateral cansou o que facilitou um pouco mais nosso sistema de defesa.

Perdemos pelo menos duas excelentes possibilidades de fazermos um gol pelo menos, mas o adversário teve maior volume de jogo, e o Diego fez algumas defesas decisivas. Falar sobre o jogo em seus detalhes é difícil, pois estava lá mais na condição de torcedor e ainda fiquei procurando alertar a marcação em alguns momentos. Mas vou tentar resumir nossa participação.

Nossa defesa teve um goleiro em dia muito inspirado, e uma zaga segura. Achei boa a marcação do Peralta e do Ronaldo. Forte e firme na maioria das vezes, e como nunca jogaram juntos, acho que foi um bom teste. O Traka foi prejudicado pela improvisação na lateral direita, mas manteve, dentro do possível, certa regularidade. O lateral esquerdo teve serenidade no toque de bola, mas não foi tão bem na marcação. Parecia um pouco lento.

Ninja foi bem, Douglas prendeu um pouco demais a bola, mas com a luta habitual; muito bem desta vez o Bonds, principalmente taticamente, o Morin um pouco sumido do jogo. Bon Jovi não estava em um dia inspirado, embora estivesse retendo a bola no ataque com competência, e o Alex esteve muito bem, com algumas jogadas que lembraram suas antigas arrancadas.

Parece-me que a escalação foi um pouco estranha, pois corremos um risco desnecessário improvisando onde teoricamente poderíamos, com os jogadores que estavam presentes, compor de um jeito mais “tradicional” nosso time em campo. E principalmente pelo desgaste dos jogadores e pelo número de reservas, acho que o Alberto deveria ter entrado no lugar do Ninja ou Morin cansados, para manter uma pegada mais forte, no meio do segundo tempo. Mas esta é a minha opinião, e pensar e agir diferente faz parte da vida.

Como destaques individuais, acho que o Diego, Alex e o Bonds foram muito bem, com o Ninja e o Douglas um pouco abaixo deles, assim como a zaga mostrou muita combatividade. Mas o importante foi o time ter tido uma postura mais aguerrida, mantendo-se vivo no jogo, tendo pressionado um adversário difícil, em jogo equilibrado. Achei o Mônaco um pouco lento no passe, o que certamente nos facilitou no jogo, mas foi um adversário perigoso, sempre.

Acredito que foi um bom resultado, pois nossa briga neste momento do campeonato é com o oitavo e sétimo colocados. E o adversário certamente irá tirar pontos importantes de nossos concorrentes diretos.

Mudar o time pode ser muito ou pouco. Às vezes o time é completamente alterado simplesmente mudando um único jogador. Também é possível mudar um time quase inteiro e este continuar no mesmo ritmo. Outras vezes muda-se mal a equipe, seja por não alcançar o resultado pretendido ou por escolher errado a hora de promover a mudança. Porém, acho que o mais importante é saber quando se precisa mudar, seja para alterar o ânimo do jogo ou para manter este exatamente como se encontra. Muitas vezes o time não é alterado e perde-se a partida. E outro sem número de vezes vem a derrota mesmo mudando. Perder ou vencer passa, muitas vezes, ao largo de mexer ou não no time. Acho que o resultado envolve uma série de fatores que devem ser considerados em seu conjunto.

Mas as vezes é salutar, para se manter um grupo, simplesmente mudar, ainda que objetivamente, mude-se nada dentro das quatro linhas, para o bem ou para o mal. Mas altere-se completamente o que há do lado de fora, no banco de reservas. Porque, pra chegar até o fim em um campeonato, é fundamental termos um grupo em que se pode contar com todos, e onde todos se sintam parte do grupo, com possibilidades de contribuir efetivamente. Vence o grupo, não os onze que entram em campo.

Jorge Coelho, 22 de abril de 2010.

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