BM FC (B) 4X7 POLAR - 25/MARÇO 2012

UM DOMINGO PARA REFAZER A NOSSA HISTÓRIA
Jorge Coelho – Porto Alegre, 25 de março de 2012

Eu não poderia esperar nada melhor. Sinceramente, encontrar tantos velhos amigos, um campo maravilhoso, vários convidados, todos aqueles carros seguindo juntos em direção ao jogo, a volta do Daniel, Cabelo, Marquinhos, o Ismael, Javier; o Adrion que conseguiu fugir de sua obra por algumas horas, o Ninja que resolveu largar os livros também; Lookbee, Buda e seu goleiro excelente; Thalles, Palermo que foi pro jogo, o Bonds sempre atrasado que fugiu da raia, mas não deixou de estar presente; Felipe e Diego... E o Chico; tudo muito especial.

O adversário era chato, porque é competitivo e joga pressionando o tempo todo. As dimensões daquele verdadeiro tapete eram oficiais, mas para meu despreparo após tantas semanas paradão pareciam universais, algo astronômicas: eu nem ouvia direito o que o Ismael as vezes falava, ou o que eu pensava que ele falava.

Logo no início, trocamos alguns passes e após a devolução da bola pelo Lookbee eu quase pude marcar um gol, mas o zagueiro entrou prensando comigo e eu tentei o Adrion, mas o goleiro interceptou a trajetória. Enquanto nós ainda nos acostumávamos com o campo, o time deles forçou a bola enfiada em uma situação que tento evitar nos dias de hoje, que é quando o atacante mais veloz me puxa para o meio de campo e a bola é alçada no fundo, o que favorece a velocidade dele em detrimento de minha lentidão.

Após tomarmos dois gols um em cima do outro, o Bazar se reorganizou e passamos a tocar a bola com mais calma, dando vazão a nossa experiência. Perdemos uma boa chance, logo depois em um com cruzamento o Felipe diminuiu. Jogávamos trocando passes e estávamos mais confiantes. Em um gol antológico do Adrion, com direito a três dribles consecutivos no zagueiro adversário antes de arrematar para o gol, empatamos a partida o que significou naquela altura do campeonato inteira justiça.

Eles voltaram a pressionar um pouco mais, mas havíamos ajustado nossa formação e nosso time estava equilibrado em campo: o Marquinhos ficava mais atrás e o Ninja como segundo dava qualidade a saída de bola, o Ismael estava antecipando todas, os laterais tocavam igualmente a bola, o meio de campo completava-se com o Lookbee em boa partida, o Felipe agressivo, o Adrion fazendo a referencia na frente, apenas o Buda um pouco mais discreto, mas sem comprometer.

Com as mudanças no segundo tempo, o time perdeu conjunto, embora o Javier tenha entrado muito bem no jogo. Chegamos a virar o jogo, mas o cansaço acabou por ser decisivo, e perdemos por 7 a 4 após algumas reviravoltas no placar. Mais o placar acabou por ter uma importância mínima nesta tarde magnífica: o principal foi o encontro. Ou melhor dizendo, o reencontro.

Reencontrar-se com parte daquilo que você faz parte, o qual ajudou a criar durante muitos e muitos anos é algo especial. Eu até prometi a mim mesmo melhorar minha forma física, perdendo peso e voltando a correr pois estou animado com o que vi: quero prolongar um pouco mais nossos encontros, quero estar perto deste espírito que ajudei a construir, este Bazar raçudo, que se supera e se surpreende cada vez que nos encontramos, das velhas brincadeiras; um Bazar que sempre teve humor e sarcasmo, mesmo diante das maiores dificuldades, que se xinga e se supera, que briga e vai pra cima; que acima de tudo é composto por uma série de amizades costuradas em seu tecido tão heterogêneo, que as vezes acho um milagre que haja algo parecido com unidade em tanta diversidade cultural.

As singularidades se pluralizam, e formam um todo completamente coerente com sua incoerência porque esta concha de retalhos afirmou-se como um grupo, e durante décadas extrapolou-se como objetivo esportivo e transcendeu o futebol; daí incoerências como cobranças enfáticas de performance, mesmo quando se trata de um jogo amistoso onde aparentemente nada vale; mas cuidado! Estamos no território do Bazar, onde nem sempre aquilo que se aparenta ser possui a valoração real que é sentida pelo Bazar.

E tão logo a cobrança passa, logo é transformada em gozação, dando espaço para um sarcasmo que cria tipos e histórias características em cima do que é percebido pelo grupo; e já é mito, os fatos deixaram o mundo fático para serem reorganizados na imaginação em uma construção coletiva, passando a ser história; conto a ser contado em encontros, almoços, jantar, eternizados em nossas memórias onde igualmente nos manterão eternos, até que nos extingamos desta vida.

Não havia percebido que ainda havia vida no Bazar. Não até este domingo.

---
FICHA TÉCNICA - JG N° 08/2012

Domingo, 25 de março de 2012

CAMPO DO PALMEIRAS/GRAVATAÍ - 12H

BM (QUADRO B) 4X7 POLAR
Gols: Felipe, Adrion, Felipe, Buda

Time:

1Douglas
2Chico Bento 4Coelho 3Ismael 16Daniel
35Marquinhos 5Ninja
26Lookbee 10Felipe
9Adrion 17Buda

Banco: 34Thales, 13Javier, 23Palermo, 20Cabelo

Outros: Diego, Bonds

Era isso....

Comentários

  1. Vellón,

    Poderia ocorrer um final de ano com botonista e jogadores do Bazar neste campo.

    Abs

    Edu

    ResponderExcluir
  2. Poderia colocar alguma informação do jogo contra o Ipanema, afinal não ganharam de 3x1?

    Marcos Cláudio (O Cinegrafista da partida)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

TÚNEL DO TEMPO: VH EM POA, 1983!

VENDO CHUTEIRA LOTTO!

LIGA GAÚCHA FM: CALENDÁRIO 2023!