BM 0X0 AZENHA - 24/MARÇO 2012

EMPATE CONTRA AZENHA DEIXOU A SENSAÇÃO DE QUE DEVERIA SER DIFERENTE
Jorge Luiz Coelho – Porto Alegre, 24 de março de 2012

Mais um sábado ensolarado, mais um jogo do campeonato, campo bom, adversário de qualidade e que vinha de uma estreia igualmente vitoriosa com vê maiúsculo. Havia duas novidades para o ataque, o reaparecimento do Traka, Bon Jovi indo pro jogo em que pese sua labirintite, a ausência do Diego algo compensada pelas brincadeiras do Breno, Look, Gustavo e as doideiras já tradicionais do Chico. Em outras palavras, um ambiente descontraído para nossa segunda participação na Copa Farroupilha.

O Azenha, para minha surpresa, jogou muito mal. Não conseguia posicionar-se mais a frente limitando-se a permanecer em suas linhas defensivas e com pouca inspiração para contra atacar. O Bazar desde o inicio ditou o ritmo do jogo. Posicionou-se mais a frente empurrando o adversário para seu campo, e tocava muito a bola, invertendo as jogadas ora pela direita com o Garça, ora pela esquerda com o Pequeno. Se pudéssemos cronometrar a nossa posse de bola, afirmaria que estava na faixa dos melhores momentos do Barcelona (refiro-me a posse de bola, já me antecipando aos engraçadinhos). E a primeira etapa terminou 0 a 0.

Estranho este placar, não? Injusto? Talvez. Mas nem tanto. Faltou-nos objetividade. Se podemos dizer que nosso goleiro não foi praticamente ameaçado durante esta etapa, salvo duas saídas algo ruins compensadas por duas boas defesas no segundo tempo, posso também afirmar que o goleiro adversário também não foi seriamente ameaçado. O Bazar não triangula as jogadas pelas pontas, mas permanece indefinidamente tocando das laterais para o meio e do meio para a outra lateral. Invariavelmente nossos laterais – que são ofensivos – tocam para o meia e lançam-se ao ataque pela ponta, mas a bola deste meia segue para o outro meia, que quando devolve a bola nosso lateral já está marcado e tem que retornar, iniciando novamente a jogada. Ficamos com uma tremenda posse de bola, mas criamos poucas chances de gol.

*(Incentivo final antes da bola rolar...)

O segundo tempo o jogo ficou algo perigoso, porque continuávamos no campo adversário, mas o Azenha conseguia se organizar melhor e promoveu algumas tentativas tímidas de ataque. Minha preocupação era a máxima do futebol de “quem não faz, leva”, mas felizmente isso não se confirmou. Acertamos um belo arremate na trave, mantivemos uma maior posse de bola, mas a sensação era de que poderíamos jogar 500 minutos e dificilmente conseguiríamos vencer. Não era dia de vitória.

Não quero fazer injustiça ao Bazar nem ao Azenha. Tudo será confirmado no decorrer do campeonato, mas nosso adversário mostrou-se uma equipe limitada, com um futebol defensivo e sem inspiração em seus contra ataques. Talvez estivesse desfalcada de seus melhores jogadores ou de algum diferenciado. Ou talvez não fosse um dia bom para eles jogarem futebol. Não sei realmente. Nosso time teve o mérito do controle da bola e da imposição de seu jogo em campo, com os defeitos apontados acima. Mas foi um futebol chato de se assistir. Pode ser que eu esteja enganado e este mesmo Azenha venha a se mostrar uma equipe mais competitiva, mas hoje não foi. E o Bazar foi algo melhor, mas não o suficiente para vencer.

*(Jordani, partida impecável!)

Como destaques do Bazar eu apontaria a estreia (de fato) do Jordani, com excelente técnica e boa imposição sobre os atacantes; o Filipe em suas avançadas; a consistência do jogo do Bonds, para mim o melhor de nosso meio de campo (Wilson continua errando muitos passes embora traga sua luta de sempre e o Morin não me pareceu inspirado, embora um pouco melhor e o Douglas muito burocrático). O Gabriel foi muito bem, tanto individualmente como taticamente; o Pallermo voltou sem ritmo e quase fez um gol de cabeça – meio de pescoço – e com sua habitual luta incansável; e o Bernard mostrou boa técnica. Sou partidário de que precisamos de um centro avante. Nós temos o Bon Jovi que é atacante, e estamos contratando outros atacantes, mas falta-nos aquele cara de área, que possa com sua entrada variar completamente nossa forma de jogar. O mais próximo disto hoje no elenco, embora distante pelas suas características, é o Pallermo.

Não vi a classificação, mas posso afirmar que o resultado deve ter sido bom, pelo crédito que vi alguns de nossos jogadores darem ao adversário antes do jogo. Eu fico com a impressão de que deixamos de fazer três pontos em um time que os candidatos irão fazer os três e que podem faltar lá na frente. Mas como disse acima, são somente impressões, o desenvolver dos jogos e seus resultados irão nos dar uma ideia melhor de nossas possibilidades.

Foi um sábado muito bom, muitas brincadeiras, ambiente limpo, sem stress, seriedade na hora do jogo, preocupação e compromisso de todos os presentes. Posso dizer que tive uma tarde muito agradável. Espero que este ambiente permaneça nas dificuldades também e que possamos seguir em frente em uma campanha vitoriosa. Este é o meu desejo. Era isso.