BM 2 X 2 AZENHA - CRÔNICA

Cedemos novamente o empate no final
Jorge Coelho – 14 de maio de 2011.

Meus amigos, eu volto à crônica de hoje deixando de falar sobre a excelente vitória do Bazar sobre o All Blacks no último sábado, 3 a 1 em boa partida da equipe. Todo primeiro sábado de cada mês eu tenho alguma dificuldade em estar presente aos jogos, face a um compromisso de outra ordem, não esportivo. As informações que recebi deram-me conta de que jogamos uma partida regular, sem grandes destaques, e que próximo ao meio do jogo mais para o final decidimos a partida, mas que de um modo geral vencemos com justiça.

Desta vez, apesar de não contar com meu bloco de anotações e ter chegado aproximadamente aos quinze minutos do primeiro tempo com o placar já em 2 a 1 para o Bazar, pude estar presente neste empate, que por ter sido cedido novamente no final da partida, deixou-nos com um gosto muito amargo. Pontos assim podem não ser decisivos para a classificação, afinal nosso time está fazendo uma campanha boa, e são muitas as vagas para a próxima fase. O que assusta é nossa postura nos últimos 25 minutos do segundo tempo, principalmente e aquela preocupação de que esteja nos faltando uma imposição psicológica que, esta sim, costuma fazer a diferença nas fases mais decisivas.

Fizemos um bom primeiro tempo. Tomamos um gol logo no início, e antes dos vinte minutos já havíamos virado a partida, com diversas chances de ampliarmos o placar. Perdemos algumas boas chances e jogávamos bem. O adversário também vinha para o jogo e nos últimos dez minutos equilibrou a partida. Sabemos que a regra deste campeonato é a não existência de jogos fáceis. São poucos. Mas havíamos virado a partida e fomos para o intervalo com esta vantagem importante no bolso.

Posso falar um pouco melhor da segunda etapa. Nosso time voltou apático, e não conseguíamos uma imposição sobre o Azenha, que sentindo nossa apatia, esteve o maior tempo desta etapa com a posse da bola. Não que nos pressionassem e criassem jogadas perigosas, mas estavam a maior parte do tempo presentes em nosso campo. O Felipe fez algumas alterações, uma delas a saída do Alberto para entrada do Roger, passando o Igor para a cabeça de área. Também colocou o Pequeno no meio de campo trazendo o Gerson para a lateral direita retirando o Breno. E por fim entrou o Márcio já no finalzinho do jogo.

Quais são as causas de mais um empate nestas circunstâncias? Quando o técnico faz diversas trocas, pode-se dizer que descaracterizou o time? E quando faz apenas três alterações? Não deveria ter mudado mais, pois o time dava a impressão de estar cansado? Ou as causas estão na maneira como ele alterou o time, mudando de função alguns jogadores dentro de campo? Mas será que o empate passou pelo que fez ou não o técnico? E o time? Desta vez não perdemos tantas chances assim que justifiquem o 2 a 2! Como interpretar então este amargo empate? Os jogadores cansaram e recuaram?

Na realidade o empate pode ser interpretado até matematicamente (no terreno das probabilidades), pois se uma equipe está mais tempo com a bola dentro de nosso campo há obviamente uma chance maior de um erro ocorrer em algum momento do jogo neste setor e foi em uma falha do Diego, que o atacante conseguiu sabe-se lá como cruzar e encontrou seu companheiro livre para concluir e empatar a partida.
Porém, eu acho que o empate pode ser mais bem compreendido pela nossa postura nos últimos vinte minutos do jogo. Se houvesse mais dez minutos tenho a convicção de que teríamos perdido o jogo. Eles não nos ameaçavam, porém nós recuamos de uma forma absolutamente incompreensível. Parecíamos incapazes de manter o resultado favorável. Obviamente esta é uma visão de fora das quatro linhas e uma interpretação a distância sempre é duvidosa. Talvez se cada jogador que estava lá dentro do campo pudesse dar sua versão a crônica tivesse outro texto...

O fato é que independentemente de qualquer versão dos fatos, faltou-nos novamente capacidade de lidarmos com um determinado momento do jogo decisivo para sua definição. Não podíamos ter deixado o adversário empatar e esta determinação tem que estar presente em times que querem vencer. Nunca vi times vencedores carecerem de determinação.

Pode parecer exagerado este comentário se analisarmos a tabela. Estamos fazendo uma campanha absolutamente satisfatória. Não há crítica em relação a isto. Mas penso que nosso time tem capacidade para dar-se mais, produzir mais, apresentar mais. Nós nunca acreditaremos em nossa capacidade se continuarmos a jogar abaixo do que podemos render. Isto vai gerar uma sensação de que tudo está bem, que é suficiente, que o time faz uma campanha boa, que há histéricos escrevendo crônicas sobre fantasmas que não existem e outra sorte de pensamentos indolentes, que nos conduzem a uma auto-indulgência que é fatal em competições.

Não se cobra de morto sinal vital algum. Não se pode pedir que um time apresente um espetáculo cuja técnica esteja muito além de um campeonato de várzea. Mas é fundamental para qualquer time a existência de uma alma. Time sem alma não possui união, pois todos pensam como indivíduos e não possuem compromisso com o grupo.

Está faltando alma ao Bazar, precisamos nos dar mais dentro de campo. Nossa campanha é satisfatória, porém temos capacidade para fazermos uma campanha melhor. Isto não é insanidade nem pedir demais, é um fato. Sei que cada um de nossos jogadores tem um potencial muito maior do que estão apresentando, e isto me preocupa.

Cuidado, muito cuidado, para a nossa campanha satisfatória não virar a muleta que nos impeça de reconciliarmos com nossa alma, pois esta sim é nossa verdadeira medida. Era isso.
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FICHA TÉCNICA DO JOGO:Sábado - 14 de maio de 2011
BM 2 X 2 AZENHA
COPA FARROUPILHA - 5a rodada
MURADÁS/CANOAS - 10H
Gols: Bonds, Traka
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Time:
Diego
Breno Igor Ronaldo Traka
Edo Alberto Morim
Gerson Bonds
Bon Jovi
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Banco:

Adrion, Roger, Marcio, Ninja, Pequeno, Felipe, Fernando, Filipe, Lookbee
Outros: Chico Bento, Quinhos, Coelho, Peter, Cinegrafista...

Comentários

  1. Lendo a crônica "deles", fico pensando o quanto "somos" exigentes. Eles nos chamam de sensação do campeonato... Mas em uma coisa concordamos totalmente: o segundo tempo eles ficaram no nosso campo grande parte do tempo.
    Abraços,

    CoelhoJorge

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