BM 3X2 EXPRESSO - CRÔNICA DO JOGO

Vitória com indignação
Jorge Coelho – Porto Alegre, 11 de junho de 2011.

Não tenho muito a dizer após nossa vitória de 3 a 2 sobre o Expresso, de virada. Após um primeiro tempo apático – mais uma vez sem atitude – voltamos para uma segunda etapa completamente diferente, desde a atitude e estado anímico e até mesmo no futebol no sentido tático, afinal o Felipe modificou a equipe taticamente, e passamos para um 3-5-2. Podemos afirmar que tivemos um segundo tempo de excelente futebol e não vou explicar nosso bom futebol desta etapa apenas observando as fragilidades do adversário – que foram significativas, pois bastou jogarmos com mais vontade, tocando de forma mais rápida a bola objetiva e solidariamente, para vencermos.

Estávamos sonolentos diante de um adversário que reconhecia sua inferioridade e jogava dentro de suas limitações, fechando-se atrás e tentando a sorte em lances isolados. Mas lutando com intensidade pela posse de bola e procurando não dar espaços para o Bazar. Foi assim que sofremos nosso primeiro gol, pois o cruzamento feito da direita de nossa zaga era despretensioso, a bola subiu como um balão, sem força e atrás de nossa zaga, onde o Ronaldo não cortou e o Traka não estava fechando suas costas. Neste espaço entrou um atacante que bateu de primeira: Expresso 1 a 0.
O gol não exatamente nos acordou, pois seguíamos jogando de forma burocrática e sonolenta. Apenas serviu para nos alertar que estávamos diante de um adversário que costumeiramente dá sorte contra o Bazar, e que embora enfraquecido em relação as últimas edições da Copa Farroupilha, estava pelo menos disposto a entrar em campo e tentar uma sorte melhor. Não compreendo porque nosso time tem jogado de forma tão sem vontade em diversas situações de nossos jogos. Ter vontade de vencer e não se resignar diante de um placar adverso é o mínimo que se espera de um time em um campeonato. Chego até mesmo a pensar que esta aparente displicência seja, no fundo, uma auto-suficiência que nos ilude a achar que podemos tocar a bola de um lado para o outro e logo alguma chance irá surgir e nós, sem fazer muito esforço, conseguiremos vencer as partidas.

O Felipe resolveu sacudir o time de uma forma que, eu pelo menos, ainda não havia visto antes. Colocou-se no ataque, e armou a equipe no esquema europeu com a zaga fechando em três, com o Ronaldo sobrando. O time foi para frente com mais decisão, passou a trocar passes e explorar as passagens do Morin pela esquerda em toque de bola com o Felipe. O Bon Jovi saiu do esquecimento em que se encontrava e também cresceu na partida. Mas devo registrar uma seqüência de duas defesas consecutivas do Diego logo no início desta etapa, que salvaram o dois a zero que poderia alterar todo o panorama da partida.

Passado o susto, o Bonds empatou, criamos boas chances, o Bonds desempatou (leve cabeceio que desviou a bola para o gol), e mandávamos na partida. O Expresso assustou-se, tivemos pênalti não marcado pelo juiz, chances boas com o Gerson, B. Jovi, Bonds, Morin, Felipe. Mas novamente neste campeonato nós conseguimos complicar a partida em um momento em que dominávamos o jogo. Cruzamento no primeiro pau, cabeceio sozinho do atacante deles, gol e preocupação. Preocupação porque na seqüência, tivemos um pênalti provável não marcado e um lance bobo do Bon Jovi que acabou por cair na armadilha do atacante adversário e foi expulso de campo.
O Expresso não necessariamente veio para cima, mas avançou o time e o jogo ficou completamente indefinido. O Lookbee entrou muito bem no lugar do Douglas, que inexplicavelmente não pedia para sair mesmo estando mancando em campo sem condição alguma de prosseguir (será que ele achava que mesmo com apenas uma perna era imprescindível para o time?), e o Edo de partida regular saiu por cansaço para o Ninja que também entrou bem em campo.

Este novo gás e o fato de continuarmos motivados foram decisivos para conseguirmos a vitória (bola na área em bela jogada pela esquerda de nosso ataque, que o Look fez corta luz e o Ronaldo concluiu para o gol) e também para a manutenção da mesma com um homem a menos. Pois o Ninja ainda teve a chance de ampliar em uma furada sensacional após passe com açúcar do Felipe, o Lookbee forçava a cavada de bola nos pés dos adversários ganhando alguns escanteios e laterais, mas fundamentalmente mantendo a posse de bola.

O time jogou com Diego, que fez duas defesas talvez decisivas embora pudesse ter pelo menos socado a bola no primeiro gol para fora da área, Gerson de boa partida, Breno excelente, Ronaldo muito bem e Traka razoável; Alberto de partida discreta, Bonds muito boa partida, Morin excelente participação no segundo tempo, Douglas regular, Edo apagada atuação e Bon Jovi de boa partida, embora tenha caído na pilha do adversário no lance da expulsão. O Lookbee e o Ninja entraram muito bem, o Igor também foi bem, embora tenha saído um pouco demais do seu lugar para atacar pela esquerda (atacou bem, mas me preocupou porque estávamos com um a menos) e o Felipe também fez excelente partida.

Gostaria de voltar a ver o time com o mesmo espírito com que jogou o segundo tempo. Nosso ímpeto desmontou a resistência do adversário, e poderíamos ter vencido por um placar melhor. Por isso a crítica: se temos potencial, não podemos ficar esperando a segunda etapa para corrermos atrás. Jogos mais difíceis virão, e a segunda fase será outro campeonato. E também acho que temos jogadores capazes de jogar o 3-5-2 com desenvoltura, pois temos bons zagueiros, como o Ronaldo, Igor, Ninja, Traka, Breno e Roger, podendo armar o tripé defensivo combinando as características tão diferentes destes jogadores. O Morin e o Gerson foram alas excelentes no segundo tempo, e o Felipe pode ser (por que não?!) um bom companheiro para ajudar o Bon Jovi (que eu julgo muito isolado) na frente.

Os dados escritos da partida foram perdidos (sumiu o meu bloquinho de anotações), logo fico devendo o apontamento do lance a lance costumeiro (assim que achá-lo eu farei um adendo e envio). Nosso segundo tempo deixou-me pelo menos um alento de que nosso potencial pode, em algum momento, realizar-se no mundo concreto. Era isso.
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FICHA TÉCNICA DO JOGO:
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Sábado, 11 de junho de 2011
CTG Muaradás/Canoas - 14h
9a. Rodada - 14a. Copa Farroupilha
BM 3x2 EXPRESSO DA MADRUGADA
Gols: Bonds 2, Ronaldo
Expulsão: Bon Jovi
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Time:
Diego
Gerson - Breno - Ronaldo - Traka
Edo - Alberto - Morim
Bonds - Filipinho
Bon Jovi
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Banco: Felipe, Igor, Lookbee, Ninja, Fernando, Gustavo,
Outros: Adrion, Coelho, Quinhos, Palermo, Cinegrafista

Comentários

  1. Coelho, acho que a expulsão do Bon Jovi se deu logo após o nosso segundo gol... entre os 15 e 20 min do segundo tempo. O empate de 2x2 aconteceu quando já tínhamos 1 jogador a menos. Flww

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  2. Ah... na final da FARROUPILHA do ano passado também usamos o 3x5x2 no segundo tempo e deu bom resultado. Flww

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  3. Como o Coelho perdeu o bloquinho dele? eis o mistério.

    esqueceu de falar que a imundicia do Palermo tava entre os "outros" também.

    Quinhos

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  4. Valeu, Quinhos! Já editei a ficha técnica. Flww

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