BM 1X2 MÔNACO - 12/OUTUBRO 2013
REFLETIR É PRECISO APÓS DERROTA HONROSA
Porto Alegre, 12 de outubro de 2013.
Jorge Coelho.
Porto Alegre, 12 de outubro de 2013.
Jorge Coelho.
O inusitado esteve presente neste final de semana, por conta da já folclórica participação do Bazar no torneio UEFA deste ano. Fui ao jogo sem material algum, porque nem de longe me passava na cabeça que pudesse ser necessária minha presença, até porque na véspera eu contara quinze confirmações para o jogo (sem contar comigo, é claro).
Mas tudo correu de forma diversa. Foi solicitado que eu fardasse, eu o fiz, ainda que meio preocupado com o número pequeno de jogadores que tínhamos, mas imaginava algo do tipo “se alguém se machucar”. Porém, fui chamado para o jogo, e o Felipe foi claro na sua instrução: vai jogar na frente, tenta prender os zagueiros lá ou algo assim.
Sob o ponto de vista de minha experiência foi algo surreal. Quando me falaram que eu iria entrar eu fiquei pensando: como tentar frear jogadores muito mais velozes no apogeu da forma física? Mas a orientação de ir jogar na frente foi sábia. Eu ficava tentando pressionar o Agi, por ser mais pesado. E de certa forma deu certo, porque eles eram obrigados a manter os dois zagueiros por perto. De outra forma dificilmente eu poderia ajudar mais.
A sensação de entrar para sofrer uma goleada histórica e contra o rival que tem sua origem – hoje muito remota, é verdade – de dentro do Bazar deu-nos uma força a mais. Porque ninguém gosta de se sentir em um pelotão de fuzilamento, principalmente do lado do vendado. E quando demos as mãos e gritamos nosso nome, confesso que me emocionei. Deu uma vontade muito forte de vender à sangue essa quase certa derrota.
Acho difícil para o adversário jogar nestas condições. De alguma forma eles foram influenciados pelas nossas paupérrimas circunstâncias. Tipo brigar com bêbado. Mas foram em busca do resultado, e o jogo estava interessante. Interessante porque eles tocavam a bola de um lado para o outro e nosso sistema defensivo estava muito bem fechado, não dando espaços pra eles criarem perigo.
Mas aí também há o outro lado da moeda: quando recuperávamos a bola, era muito difícil mantê-la, pois errávamos passes fáceis ou precipitávamos um lançamento longo e éramos desarmados. Pelas laterais me era difícil sequer pensar em alguma coisa, e pelo alto o zagueiro ou o cabeça de área eram altos e não davam chance.
Mas o jogo seguia 0 a 0. E isso começou a afetar os nervos deles, que começaram a brigar entre eles, porque o tempo passava e nada estava dando certo. Nada de chuva de gols, nada de grandes chances perdidas e o que era pior, começávamos a nos aventurar no ataque. Houve um chute forte do Fett que por pouco o goleiro não soltou nos meus pés. Depois um ou outro ataque em que o Felipe quase conseguiu finalizar. E um cruzamento excelente do Morim que eu quase consegui concluir. Muitos quase? Pois é. Mas isso era o que ocorria com o ataque deles também, que não conseguia nos vencer.
Infelizmente para nós, no momento em que eles mais brigavam entre si, perdemos uma bola que propiciou um contra ataque e eles abriram o placar. 1 a 0. Fiquei preocupado, pois em situações extremas há um perigo enorme pro time desfigurado sofrer um gol, normalmente há desarmonia e acaba por sofrer outros em sequencia. Mas o Bazar absorveu bem e continuamos firmes. Fim da primeira etapa.
Só pra vocês, leitores, terem uma pálida ideia da nossa dificuldade: eles trocaram um jogador no primeiro tempo e vários no segundo. Poderiam ter trocado todo o time, de tantos reservas que eles levaram pra campo. E nós voltamos com o mesmo time. O jogo não ficou muito diferente. Eles forçavam, mas não conseguiam muita coisa. Embora tenham feito pelo menos uns quatro ataques e o Diego tenha ido bem. Aí veio um lançamento que pegou o atacante deles sozinho e saiu o segundo gol. Nosso time reclamou impedimento, eu, de onde estava, só podia ficar na impressão: ele estava meio sozinho. Mas não saberei jamais.
Nosso time partiu também pro ataque, pra uma espécie de tudo ou nada. Em uma bola desviada pelo Ronaldo, eu perdi uma chance incrível, pois chutei e o goleiro tirou com a ponta do pé. No escanteio, gol! O Fett estava desmarcado, alguém do Mônaco disse pra marca-lo noque respondeu o defensor: ele não vai entrar não. E ele entrou, fez um belo gol de cabeça e saiu gritando: não vou entrar não, não vou entrar não… Foi muito engraçado isso.
O Felipe pediu pra eu voltar pra zaga e avançou o Mateus. Eu já não conseguia correr direito. Mas ainda consegui salvar um contra ataque atrasando no desespero pro Diego uma bola perigosa. Pena que não conseguimos empatar. Seria demais e provavelmente algo injusto. O jogo terminou assim, sem uma goleada vexatória, com uma derrota previsível e com o adversário algo desapontado, enquanto respirávamos(eu desesperadamente) um certo ar de ufa! Conseguimos!
Algumas observações do jogo: a expulsão do Palermo. Foi um ataque interrompido que poderia ter mudado a história do jogo. Entendo seu desespero. Fato inusitado: como é que o juiz diz pro nosso capitão que iria dar menos tempo no 2º tempo diante das nossas circunstancias? É claro que o Felipe rechaçou esta ridícula ideia, mas o que é isso? Esse tipo de reação não te dá uma ideia de que possa haver sempre compensações da cabeça do juiz? Algo do tipo: puxa, esse time tá com poucos jogadores, quem sabe eu não dou alguns minutos de desconto? Sei lá, pra lá de estranho, não acham?
QUANTO AS AUSÊNCIAS:
Só tenho a lamentar a ausência daqueles com quem poderíamos contar. E o Bonds e o Bom Jovi não podem ser cobrados. Eles todo ano tem esse campeonato, talvez demoraram um pouco para decidir e avisar, mas isso não é crime. No próximo final de semana eu estarei no aniversario do meu irmão em Pouso Alegre MG, e não poderei ir? Então a critica abaixo não é pela ausência deles, totalmente justificada no meu entender.
Minha critica é quanto a formação do grupo. Temos que contar com quem sabemos que podemos contar. Não adianta escrever bons jogadores se estes não possuem nosso modo de ser. Bons zagueiros, meias habilidosos, acabam se transformando em fantasmas que nos perseguem na reta decisiva do campeonato. Há bons jogadores ou nem tão bons assim, mas que incorporam nossa mística. E estão pro que der e vier. São estes que devem ser valorizados. Esses formam grupo, esses podemos contar.
Há outros que deveriam ir, mas tiveram outras opções. Quanto a estes, cabe à comissão técnica analisar caso a caso. Não sei por que o Wilson não esteve presente. O Douglas está machucado. O Breno também, mas estava lá dando o maior apoio. O Alberto confirmou e desconfirmou na véspera ou no dia de manha, não sei bem. Deve ter ocorrido algo urgente, eu presumo. O Gustavo tinha trabalho comunitário. Mas temos tantos inscritos, e onde estão? Há jogadores que estão ausentes já faz tempo…
Está exatamente na hora de nos reunirmos e decidirmos que grupo afinal temos? Com quem podemos contar? Sem fantasias, sem pedidos especiais. Quem quer jogar o campeonato? Quem quer defender o Bazar. Senão, poderemos em breve passar por novos apertos. Basta algumas contusões, alguns cartões e pronto, talvez não tenhamos nem 13 jogadores novamente…
O Bazar foi grande neste final de semana. Mas teve que provar sua grandeza motivado pelo vazio. Isso é que mais me assustou. Nos superarmos por dificuldades, bom, essa história é a própria história do Bazar. Mas afinal, tínhamos que passar necessariamente por isso? Não podemos correr os riscos que corremos, porque neste final de semana, a realidade me diz que poderíamos ter levado uma lavada histórica que certamente desencadearia uma crise sem precedentes, manchando nosso nome.
Bazar, ainda há muito campeonato (ou muitos campeonatos) pela frente! Vamos nos organizar melhor! Peço desculpas pela extensão das palavras. Era isso.
FICHA TÉCNICA JG N° 45/2013
ResponderExcluirBM 1X2 MÔNACO
Gol: Rafael Fett
Expulsão: Palermo
Time:
Diego
Mateus Palermo, Ninja, Chico Bento
Ronaldo Xavier Morim
Palermo Fett Felipe
Coelho
Apoio: Breno...
Acho que era isso..