BM 1X2 AZENHA - 25/AGOSTO 2012

FICOU PARA O ANO QUE VEM......

Porto Alegre, 25 de agosto de 2012 – Jorge Luiz Coelho

É muito difícil escrever após uma derrota. Ainda mais difícil quando esta elimina definitivamente nossas chances no campeonato. E passada a chateação, fica um vazio desagradável e nenhuma vontade de expor pensamentos e reflexões sobre as razões para mais uma derrota em jogo decisivo, desta vez para excelente equipe do Azenha.

Dei-me conta que tenho usado – com justiça, diga-se de passagem – adjetivos elogiosos para as equipes que deixamos para trás no decorrer de nossa campanha. E fica a certeza de que ao derrotarmos adversários que venderam caro suas derrotas, estivemos quase sempre em um nível melhor ou próximo ao deles, ou seja, quase sempre eu poderia referir-me ao nosso time com os mesmos adjetivos, e com igual justiça.

(Último incentivo para começar a final do turno)

Assim sendo, também estivemos, de certa forma, excelentes no confronto decisivo contra o tradicional adversário, e estivemos de fato muito bem durante o campeonato, com uma campanha sólida, equilibrada, e que demonstrou muita evolução em relação ao ano passado. A pergunta que se segue à sensação de que toda esta compreensão não nos anima é a clássica pergunta que, acredito eu, todos nós deveríamos estar nos fazendo: e então, o que faltou?

O jogo foi muito equilibrado. Nervoso como toda final, disputadíssimo em intensidade e vontade. Uma grande partida para quem assistiu e um resultado que não pode ser contestado. Podemos lamentar a derrota e até mesmo algum lance em que a bola teimou em não entrar, mas a vitória do Azenha foi justa e o credencia para fazer uma partida no mínimo igual ao do Mônaco, campeão do primeiro turno. 

(Partida truncada e concentrada no meio de campo)

Prefiro não falar sobre a partida em si. Foi um 2 a 1 decidido em um lance casual, pois o Wilson recuperou uma bola limpamente, freando um contra ataque perigoso, e ao lançar a mesma para o ataque ele acertou o juiz, e como um capricho, esta caiu no pé do atacante que seguiu em direção a nossa área. Terrível foi ver que o chute não parecia tão perigoso, mas a bola desviou no Morin e entrou toda sem jeito no canto do Traka que nada pôde fazer.

Acho que nos faltou o que sempre nos falta em jogos decisivos: um pouco mais de nervos. Nos últimos jogos eu já havia notado uma queda de rendimento do nosso meio de campo, e hoje ela foi visível, talvez decisiva. Não estivemos tão bem, ao contrário de quase todo campeonato, neste que é o setor vital do jogo bretão.

Faltou-nos também organização nos momentos tempestuosos do jogo. Não adianta o treinador preparar um esquema com três zagueiros para pressionar o adversário se dentro de campo os jogadores se comportarem de forma oposta ao pretendido. Disciplina é o que nos ajuda a manter o rumo quando tudo a volta parece indicar o contrário. E a desorganização é um indício de que acabamos por nos deixar dominar pelos nossos nervos.

Nosso time jogou com o Traka, que fez pelo menos duas defesas excelentes, embora tenha falhado no primeiro gol adversário; Chico jogou com vontade e seriedade, não comprometendo; Ronaldo muito bem atrás, e desesperado na frente e Pequeno de grande partida mais uma vez; Wilson fez, no meu entender sua melhor partida no campeonato. Pena não ter tido um pouco mais de paciência carimbando o juiz no lance do segundo gol; Morin muito esforçado taticamente, mas em uma manhã não tão feliz; Bonds novamente fez uma boa partida: luta, disposição o tempo todo e Douglas embora esforçadíssimo, esteve apagado, sem inspiração; Bon Jovi de boa partida, um gol em um momento em que vinha tendo uma ascensão após uma curta má fase e Mateus de intensa participação, luta, habilidade, embora tenha faltado aquele algo mais que fez a diferença no último jogo. Garça entrou muito inseguro, com dificuldade porque o Azenha jogava o tempo todo por ali, depois se acalmou e entrou no jogo; Fernando, Roger que também entrou no fogo e não se queimou; Breno, Bernard que entrou no meio do fogo e não conseguiu produzir muito, assim como o Muriel; Gugu, lookbee, Ariel, Coelho, Diego, Quinhos, Felipe e Roberto, seu convidado italiano muito “buona gente”.   

(Tradicional almoço pós jogo)

Agora a discussão é sobre participação na UEFA, amistosos, se o time é esse mesmo, quem joga amistoso e não tem ido, aposentadoria de alguns, mudanças no grupo, amistosos no exterior, reforços: voltamos ao papo ordinário que povoa os times desclassificados e quem sabe no ano que vem possa ser nosso ano.

Na última crônica eu havia dito que não havíamos ganhado nada, embora já tivéssemos feito muito. Mantenho este pensamento: acho que fizemos muito, pois diante dos obstáculos, desfalques, faltas, contusões, nosso time ficou em terceiro na classificação geral, e embora isso não pareça muito, envolve pelo menos o significado de que estivemos por muito pouco para abocanharmos um “algo mais” este ano. Tão pouco, que talvez  nós apenas carecemos de justes e não de mudanças. Essa é minha opinião. Era isso.